domingo, 15 de abril de 2012

Dentes de leite por que cuidar deles?

Os dentes de leite caem, mas isso não é motivo para descuidar deles

Os dentes de leite, também chamados de decíduos, são descartáveis e, depois de serem usados por um período, jogados fora. Então por que cuidar deles? Como esses dentes ficam moles e caem sem que a sua raiz seja vista, há pessoas que se admiram quando o dentista enfatiza a  necessidade de uma restauração de canal. Algumas questionam: esse dente tem canal? Para que tratá-lo se ele vai cair?
Os dentes de leite compõem a nossa primeira dentição. Em número de vinte, possuem esmalte, dentina, raiz e nervo, a mesma estrutura dos 32 dentes que formam a segunda dentição.
Por volta dos seis anos de idade, inicia-se a dentição mista, quando a criança começa a trocar alguns dentes de leite por dentes permanentes. Atrás dos últimos dentes de leite, nascem 12 molares permanentes que chegam para completar os trinta e dois. Por volta dos 15 anos, caem os últimos dentes de leite.
Quando se olha uma radiografia panorâmica de uma dentição mista, pode-se perceber que os dentes decíduos estão bem próximos dos permanentes, que virão logo a seguir e que ainda não são vistos na boca. Nota-se que qualquer problema com o dente de leite pode afetar diretamente o dente permanente, logo abaixo, principalmente infecções nos canais, traumas com afundamento do dente ou mesmo quando o dente é extraído precocemente.
Muito cedo, por volta dos dois anos de idade, é possível fazer o selamento dos molares de leite para evitar futuras cáries. Esse é tipo de ação preventiva que ajudará o dente de leite a permanecer saudável por mais dez ou doze anos até sua troca pelos pré-molares permanentes.
Os dentes de leite servem como guia para o nascimento da próxima dentição, ajudando os permanentes a ocuparem o lugar certo na arcada dentária. Quando ele é extraído muito antes do dente permanente estar pronto para nascer, os dentes vizinhos podem se movimentar e diminuir o espaço que deveria estar livre para o dente crescer sem dificuldade. É nesse momento que ocorrem os desvios dos dentes, resultando em má oclusão e dentes tortos.
De igual forma, se o dente de leite não amolecer e cair na hora certa ou restarem pedaços impedindo o nascimento do novo dente, ele pode ocupar outra posição. Portanto, a melhor forma de prevenção quanto ao uso de aparelhos é cuidar bem da primeira dentição e ficar atento na hora da erupção e queda dos dentes de leite.
Muitas vezes, até ficarem moles o suficiente para caírem, os dentes de leite passam por surtos - ficam moles e depois endurecem novamente por duas ou três vezes até que sua parte radicular seja reabsorvida.
É muito importante orientar a criança sobre o assunto para evitar ansiedade e preocupações desnessárias. Além disso, não é recomendável forçar com o dedo o dente que está mole, principalmente se as mãos não foram lavadas. Ali se encontra uma porta de entrada de bactérias para a corrente saguínea.
Quanto ao sagramento após a queda do dente, pode ser entancado rapidamente desde que seja colocada uma gaze dobrada, orientando a criança a apertar o local mordendo-a. Recomenda-se evitar exposição solar e a relização de atividades físicas vigorosas nas próximas horas.

Dr. Carlos Leandro Rodrigues

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